A segunda edição do Projeto Poesia em Companhia apresenta o poeta mato-grossense Manoel de Barros e o conjunto de sua poesia inscrita no "Livro Sobre Nada". A cenopoesia proposta com a encenação do Grupo Lua Cheia da obra de Barros contará com as participações do ator Manuel Lima e das atrizes Silvanise Ponciano, Regina Oliveira e Thaís Bento. A direção do espetáculo é de Marciano Ponciano. A encenação ocorrerá no dia 31 de maio no Teatro Hélio Santos, às 20h com ENTRADA FRANCA.

MANOEL DE BARROS, poeta e fazendeiro mato-grossense, nasceu em 1916 e teve seu primeiro livro publicado em 1937 - Poemas concebidos sem pecado. Passou a ser mais conhecido a partir do ano de 1997, quando ganhou o prêmio Nestlé de Literatura. De seu "Livro sobre Nada", Editora Record - Rio de Janeiro,1997, págs. diversas, já em 5ª edição, extraímos os versos acima. Nele o autor diz, a título de "Pretexto":

"O que eu gostaria de fazer é um livro sobre nada. Foi o que escreveu Flaubert a uma sua amiga em 1852. Li nas Cartas exemplares organizadas por Duda Machado. Ali se vê que o nada de Flaubert não seria o nada existencial, o nada metafísico. Ele queria o livro que não tem quase tema e se sustente só pelo estilo. Mas o nada de meu livro é nada mesmo. É coisa nenhuma por escrito: um alarme para o silêncio, um abridor de amanhecer, pessoa apropriada para pedras, o parafuso de veludo, etc, etc. O que eu queria era fazer brinquedos com as palavras. Fazer coisas desúteis. O nada mesmo. Tudo que use o abandono por dentro e por fora."

Serviço:

Poesia em Companhia de Manoel de Barros
Grupo Lua Cheia de Teatro
Dia 31 de maio, às 20h
Teatro Hélio Santos
Centro Histórico de Aracati, 841.
ENTRADA FRANCA

A partir da esquerda Pedro Caretta, Edneide Ponciano, Silvanise Ponciano, Regina Oliveira e Hélio Santos.

Apresentação de esquetes musicais com o Grupo de Teatro de Bonecos Francisca Clotilde. Participação especial dos atores/manipuladores Silvanise Ponciano, Regina Oliveira, Edneide Ponciano e Pedro Caretta. Local: Teatro Hélio Santos. Aracati, 16 de maio de 2013.

Até onde você iria por um filho?

Nascida em Curvelo (MG), Zuleika Angel Jones iniciou, no Rio de Janeiro, a trajetória que a transformaria na estilista conhecida internacionalmente como Zuzu Angel e que inaugurou a moda brasileira capaz de encantar o mundo. Sua lista de clientes incluía grandes celebridades internacionais da época, como Joan Crawford, Kim Novak e Liza Minelli. Suas matérias-primas iam de panos de colchão e chita à pedras preciosas e o anjo era a logomarca de sua confecção. Nos anos 60, Zuzu conquistava páginas inteiras em grandes jornais norte-americanos como The New York Times e The New York Post, enquanto seu filho Stuart Angel Jones tornava-se militante do MR-8 durante o regime militar brasileiro. Preso em 1971, Stuart foi torturado e assassinado, sendo dado como desaparecido político.

Teatro Hélio Santos
Rua Cel. Alexanzito, 841. Centro Histórico de Aracati-CE
Início às 20h. ENTRADA FRANCA

Exibição do curta "Um Louco na Praça" de Régis Brasileiro. 2013.

Desde as pinturas rupestres às exibições em tecnologia 3D o ser humano tem demonstrado grande fascínio pela imagem. Mas não a imagem somente, sobretudo a história que delas emerge. Uma boa história suscita em nós metáforas visuais.

A sétima arte, por excelência, tem na imagem sua matéria primordial. Por vezes esta afirmativa tem sido levada ao extremo e o resultado acaba por revelar uma beleza repleta de vazio, ou um “belo vazio”. Diante das megaproduções cinematográficas, muitas das quais fracassos de bilheteria, somente aquelas que se baseiam numa boa narrativa garantirão sua permanência no imaginário de gerações para além da estreia.

Em seu livro “Como ver um filme”, Ana Maria Bahiana afirma que: “o cinema é a arte mais próxima do sonho acordado. Estamos no escuro, mas de olhos bem abertos. [...] É um sonho proposto por outra pessoa: cabe a nós torná-lo nosso sonho. Ou não”. Bahiana nos propõe com isso uma diferença entre o ver o assistir. Ver um filme se aproximaria de uma atitude ativa da plateia que colabora com a criação acrescentando ao filme o universo de percepção, memória e emoções. Assistir, ainda segundo Bahiana, seria um estado passivo diante do filme.

Em Aracati-CE, um projeto objetiva a formação de uma plateia desperta, que sonha conscientemente na sala escura do cinema. Trata-se do Cineclube Casarão, projeto idealizado pela Associação Lua Cheia com o apoio do Teatro Hélio Santos-THS. O projeto teve início em 2011 com a exibição de curtas-metragens. Em 2013 o repertório passou a incluir longas-metragens. Entre as películas exibidas constam o curta “Amor do Palhaço” do aracatiense Armando Praça; “Narradores de Javé” de Eliane Caffé; “O homem que desafiou o diabo” de Moacyr Góes entre outros. As exibições ocorrem às sextas feiras no THS, às 20h com entrada franca.

Serviço:
Cineclube Casarão
Teatro Hélio Santos
Rua Cel. Alexanzito, 841. Centro Histórico de Aracati
Sextas-feiras às 20h. ENTRADA FRANCA.

Fonte:

PONCIANO, Marciano. O CINEMA E SUAS METÁFORAS VISUAIS. Disponível em: <http://www.luacheia.art.br/new/index.php/artes/item/510-o-cinema-e-suas-met%C3%A1foras-visuais>. Acesso em: 15 maio 2013.