Hélio Santos

Hélio dos Santos Barros: aracatiense de destaque.


Passaria desapercebido este nome se não fosse tão representativo para a Arte e a Cultura da nossa Cidade. Filho de Raimundo Barros da Silva e Joséfa dos Santos Barros é o segundo de uma prole de oito irmãos. Nasceu a 12/08/1944 em Aracati-ce.
Foi alfabetizado na Escola do Loyde Brasileiro e continuou seus estudos no Grupo Escolar Barão de Aracati, Colégio Marista e Escola Técnica do Comércio, concluindo, então, o 2° grau. Desde pequeno desenvolveu habilidades artísticas em desenhos, pinturas e construção dos seus próprios brinquedos. E já aos 15 anos se firmou profissional da pintura em telas a óleo, em bandeira e estandartes, bem como restaurador de imagens sacras.

Tamanha habilidade e criatividade perfilaram este autodidata que cedo o vimos metido com esculturas, frutas e bonecos de papel marche. Qual um Gepeto deu rostos, cores e vida a estes bonecos gigantes; de vara; de manipulação e aos cabeçudos. Logo se vê cenógrafo e figurinista do Grupo de Teatro Lua Cheia e o foi por 04 anos (1993-1997). Destaque para a 1ª peça apresentada no auditório do Colégio Marista: "O Boi e o Burro a Caminho de Belém". Em 1997 funda o Teatro de Bonecos Francisca Clotilde, homenageando a teatróloga, escritora e professora que tanto engrandeceu a nossa cidade.

Voltando-se para a tentativa de resgate do carnaval cultural, cria em 1999 o Bloco Universo Negro e coloca nas ruas seus bonecos gigantes para deleite e aplausos de todos. E eles ganharam outras cidades com as suas apresentações e subiram os palcos do teatro José de Alencar, do Centro Dragão do Mar e Centro de Convenções, por várias vezes, em Fortaleza. Outros tipos nasceram: reis magos, palhaços, papai Noel. Pouco a pouco, num trabalho incansável, cresceu o acervo: 110 bonecos de vara já eram usados em peças teatrais, esquetes musicais, presépios. A estes se somaram os de manipulação direta — BUNRAKU -
apropriados para os mais variados musicais, e os cabeções: bonecos em tamanho normal com grandes cabeças e roupas largas personificando vários tipos.

Como se não lhe bastasse, cria o CEARCA (2000) com o intuito de formalizar a Associação para concorrer a projetos do Governo Estadual e melhor assegurar os seus fazeres. A referida Associação passa a funcionar no antigo prédio do Círculo Operário São José (Cine Moderno), na Rua Cel. Alexanzito, 697, onde também oferece "oficinas" às crianças e aos jovens manipuladores de bonecos e mantém o seu atelier sem nenhuma ajuda financeira de qualquer órgão privado ou público. Faz as honrarias deste atelier, o boneco mascote "Cláudio".

Hélio Santos é este exemplo de responsabilidade social que a Arte bem requer. Não se rende às dificuldades, aos embates e vai trabalhando, sobrevivendo, multiplicando histórias, formando, divertindo e encantando a todos. Esperando, talvez, que alguém, sensibilizado o valorize, o reconheça, por direito, para que nunca lhe faltem o brilho no olhar e o poder transformador das suas mãos.

É, pois, o nosso artista plástico maior. Um "mestre das artes" como reconhecidamente já o chamamos.

FONTE: INFORMATIVO DO CENTRO ARACATIENSE. ANO VIII- Nº XXXV- OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2007. PÁG. 03. 

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