domingo, 14 de abril de 2013

O TEATRO HÉLIO SANTOS o CASARÃO CULTURAL e ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICO CULTURAL LUA CHEIA convidam para o lançamento do livro PRAIA DE PONTA GROSSA: VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS DA OCUPAÇÃO HUMANA a ser lançado no próximo dia 19 (sexta) às 20h. ENTRADA FRANCA.


Saiba um pouco mais sobre o livro no artigo a seguir, publicado no jornal Diário do Nordeste.

Publicação traz registros da ocupação do litoral cearense

Livro rico em material fotográfico retrata diversos aspectos de lado pouco conhecido da história do Estado

O livro "Praia de Ponta Grossa - vestígios arqueológicos da ocupação humana" traça um resgate histórico acerca de como se deu a ocupação do litoral cearense, destacando as lutas travadas entre os índios nativos e os colonizadores, como a Guerra dos Bárbaros, verificada nos séculos XVII e XVIII, a hegemonia da civilização do couro na ribeira do Jaguaribe, sem perder de vista os artigos arqueológicos encontrados ao longo do litoral, representados por cerâmicas indígenas e peças que remontam às civilizações que por aqui passaram. Fruto de trabalho de quatro anos, a obra com 111 páginas, é ricamente ilustrada com fotografias de material que contam a história de Ponta Grossa, comunidade habitada por cerca de 280 pessoas, originárias de apenas duas famílias, Pindú e Crispim, localizada entre Redonda e Retiro Grande, em Icapuí, litoral Leste do Ceará. Há 14 anos, a comunidade era fechada, somente quando a maré baixava era possível chegar até lá. Hoje, com energia elétrica, os moradores realizam turismo comunitário, seguindo modelo ecológico e cultural.

Numa demonstração de respeito à tradição oral, o livro começa contando a história da índia Macura, pertencente à tribo "Jabarana" que se apaixona por um homem branco, morto pelos indígenas. O que os integrantes da tribo desconheciam, era que a nativa estava grávida do homem branco. Reza a lenda que, em 1630, quando acorre a invasão holandesa, ao chegarem na tribo Jabarana, os invasores encontraram entre os índios, um homem branco, mas que falava a língua nativa tupi-guarani. Augusto Arruda, produtor cultural e cineasta, fala sobre o livro, viabilizado através de patrocínios privados, justificando que, em 2005, enviou ao Ministério da Cultura (Minc), o "Projeto Resgate Icapuí" para a realização de um documentário científico, através da Lei Rouanet. Afirma que o projeto, mesmo aprovado, não foi viabilizado por falta de recursos. "Viabilizamos com recursos próprios e da Prefeitura de Icapuí", diz, fazendo referência ao documentário "Os mistérios de Ponta Grossa", veiculado no Youtube, em quatro episódios, com seis minutos de duração cada.

A primeira etapa do projeto ficou finalizado com a realização do documentário. O livro, por sua vez, foi realizado de forma cooperativada, assinada pelos pesquisadores: Almir Leal de Oliveira, doutor em história pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e professor associado da Universidade Federal do Ceará (UFC); Marcos Antonio Gomes de Matos de Albuquerque, professor aposentado dedica-se à pesquisa arqueológica junto ao Laboratório de Arqueologia do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Roberto Airon Silva, mestre em História na área de arqueologia do Nordeste brasileiro; e a professora, Soraya Geronazzo Araujo, mestre em História Social pela UFC. De acordo com o livro, "a ocupação das terras do atual estado do Ceará por grupos humanos ainda não se encontra suficientemente estudada", embora ressalve os estudos realizados na década de 1990. No entanto, a costa cearense, sobretudo no que diz respeito ao aspecto "arqueológico continua representando uma grande lacuna que tão somente começa a ser vislumbrada". A organização do livro é de Augusto Cesar Bastos Barbosa, com fotografias de Gentil Barreira e José Israel Abrantes.

Os estudos mostram que, "em tempos proto-históricos, o território era habitado por numerosas e distintas nações indígenas". As relações entre os colonizadores com os indígenas, no início, foram pacíficas. No entanto, não foi sempre assim, justamente pela disputa de terras. Os pesquisadores aventuram-se por algumas áreas da região da Praia de Ponta Grossa para mostrar vestígios arqueológicos das civilizações que passaram pelo litoral nordestino, por onde começou a colonização do Brasil. Na região do Morro Alto, nas dunas, encontram peças como alisador de cerâmica e outros objetos em pedra, para raspar ou cortar. Em seguida, a expedição passa pela região do Morro do Vento, sendo observados vestígios arqueológicos, assim como no local denominado Cajueiro da Vovó, sendo encontrados fragmentos de cerâmica tupi-guarani. Na localidade de Pedra Rasa (Ladeira dos Crentes) também foram achados objetos de cerâmica indígena e faiança (louça de barro esmaltado) portuguesa. Em Pilões, os objetos encontrados foram conchas.

A expedição ao local foi conduzida por Josué Crispim, antigo pescador da comunidade de Ponta Grossa, há 30 anos trocou as velas pela curiosidade de escavar as dunas e falésias da região, à procura de objetos que possam contar "um pouco sobre a nossa história", diz. Sem formação acadêmica, os cursos livres que diz ter realizado, são credenciais para se aventurar pelas searas da História e da Arqueologia. "Aprendi muito sobre Arqueologia e Paleontologia", reforça, afirmando que "o vento ao tirar a areia, faz o material aparecer". É dessa maneira que coleta as peças incluindo cerâmicas indígenas, fragmentos de louça portuguesa, cachimbos, ancoras de navios antigos, entre outros materiais. Os primeiros achados foram as garrafas de cerâmica, de origem holandesa.

Mais informações:

Outros detalhes sobre o projeto podem ser obtidos pelos e-mails meiraarruda@gmail.com  e pgjosue@hotmail.com

IRACEMA SALES
REPÓRTER

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1209283. Acesso em 14 de abril de 2013.

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