quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
O Bem Amado. 2010.
Nesta sexta-feira (18), a Associação Artístico Cultural Lua Cheia e o Teatro Hélio Santos promovem mais uma edição do Cineclube Casarão oportunidade em que será exibido o longa metragem O Bem Amado, adaptação para o cinema da obra homônima de Dias Gomes.

Dias Gomes é um dos mais importantes nomes de nossa dramaturgia. O Pagador de Promessas e O Bem Amado são exemplos consensuais desta afirmativa. Originalmente escritos para o teatro a obra de Gomes  foi transposta para outros gêneros dramáticos a exemplo da teledramaturgias e a sétima arte alcançando assim notoriedade.

Nos deteremos na obra O Bem Amado e sua adaptação para o cinema.

A peça O Bem Amado foi escrita em 1962. A adaptação da peça para a televisão, no formato novela, ocorreu em 1973. Tornou-se um marco para a televisão brasileira por constituir a primeira novela a mostrar personagens e histórias genuinamente brasileiras. Posteriormente O Bem Amado retornaria à televisão no formato seriado, entre 1980 e 1984. O sucesso da série rendeu significativos 220 episódios.  Todavia somente cinquenta anos depois, em 2010, as aventuras de Odorico Paraguaçu seriam conduzidas para a grande tela- o cinema.

Segundo a doutora Dislene Cardoso de Brito em seu artigo O BEM AMADO: Povo, meios de comunicação de massa e relações de poder na adaptação do texto teatral para o cinema:
"A preocupação em apresentar os problemas coletivos da sociedade, levou Dias Gomes produzir uma arte engajada tão rica que extrapolou os muros do teatro - ainda visto como um espaço segregador de cultura - indo para a televisão – meio de comunicação de massa, logo espaço popular. Em seguida, o cinema percebeu sua importância na divulgação da produção literária brasileira e adaptou as principais peças teatrais de Dias Gomes para o cinema, a exemplo das obras O pagador de promessas e O Bem Amado." (Brito, 2012)

Sinopse
Após o assassinato do prefeito de Sucupira por Zeca Diabo (José Wilker), uma disputa política entre Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) e Vladimir (Tonico Pereira) pelo cargo vago tem início. Odorico vence a eleição e toma posse como prefeito, recebendo sempre o apoio das irmãs Doroteia (Zezé Polessa), Dulcineia (Andréa Beltrão) e Judiceia (Drica Moraes). Uma de suas promessas é construir o primeiro cemitério da cidade, para evitar a emigração dos habitantes após morrerem. Só que, após a obra ser concluída, há um problema: ninguém em Sucupira morre, o que impede que o cemitério enfim seja inaugurado. Sofrendo pressão devido a acusações de superfaturamento, Odorico precisa encontrar um meio para que o grande feito de seu mandato não se torne uma grande piada.

A versão para o cinema conta com a direção de Guel Arraes e grande elenco. O contexto sócio-político vivenciado no filme apresenta um painel da sociedade brasileira nos anos 1960, período em que o Brasil foi governado pelos militares.

A versão para o cinema de O Bem Amado mostra o quão viva é a obra do baiano Dias Gomes. Nela vamos perceber a diversidade cultural do nordeste, mas também as mazelas da população. Assim podemos inferir que Dias Gomes transforma sua arte em um instrumento de conscientização da condição humana.

Serviço:
O Bem Amado
Cineclube Casarão
Dia 18 (sexta-feira) às 20h. ENTRADA FRANCA.
Teatro Hélio Santos. Rua Cel. Alexanzito, 847. Centro Histórico de Aracati.

fonte:
BRITO, Dislene Cardoso de. O BEM AMADO: Povo, meios de comunicação de massa e relações de poder na adaptação do texto teatral para o cinema. Disponível em: <http://www.ufrb.edu.br/ebecult/wp-content/uploads/2012/05/O-BEM-AMADO-Povo-meios-de-co-municac%C3%8C%C2%A7a%C3%8C%C6%92o-de-massa-e-relac%C3%8C%C2%A7o%C3%8C%C6%92es-de-poder-na-adaptac%C3%8C%C2%A7a%C3%8C%C6%92o-do-texto-teatral-para-o-cinema.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2013.


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